Espaço e memória em narrativas de Daniel Munduruku
Publicado: 16/05/2025 - 16:19
Última modificação: 16/05/2025 - 16:19
RESUMO
Nas últimas décadas, os escritores e as escritoras indígenas têm ocupado significativos espaços no sistema cultural brasileiro, tornando as produções literárias dos povos originários mais visíveis e respeitadas. Destacam-se, nesse cenário, as obras literárias do indígena Daniel Munduruku, considerado um dos pioneiros da literatura indígena contemporânea brasileira. Ele tornou-se um dos guardiões das memórias do povos originários, tecendo fios para complementar a grande “teia” das narrativas ancestrais. Essas memórias se estruturam e sustentam-se em espaços das aldeias onde a cosmovisão indígena é plantada e colhida. Esta Tese objetiva analisar a relação entre espaço e memória nas narrativas do escritor Munduruku. Para esse tipo de análise, escolheram-se duas obras dele: Meu vô Apolinário: Um mergulho no rio da (minha) memória (2005) e Parece que foi ontem - kapusu aco’i juk (2006). Nelas percebe-se que os espaços das narrativas figuram em níveis subjetivos e afetivos, a partir das memórias dos narradores protagonistas e de outros personagens. Nessa perspectiva, compreende-se que as memórias ancestrais ancoram-se, na oralidade, em espaços macro e micro e podem ser compartilhadas se registradas também em livros. Para esta pesquisa, buscouse fundamentação teórica e crítica com base em leituras de estudos indígenas e não indígenas, adotando as perspectivas decoloniais. Considerou-se importante a prática analítica das ilustrações em sintonia com o texto verbal das obras de Daniel Munduruku. Portanto, compreende-se que a leitura dessas produções literárias oportuniza a compreensão mais aprofundada das culturas e dos sujeitos indígenas no contexto brasileiro. Acredita-se que esta Tese possa formar leitores para novas perspectivas sobre os povos originários brasileiros ao defender o espaço como elemento de permanência das memórias ancestrais na relação afetiva, que esses povos têm com a natureza e a ancestralidade.
PALAVRAS-CHAVE: Literatura Indígena. Literatura infanto-juvenil. Memórias. Espaços. Daniel Munduruku
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