Ricardo Aleixo: poeta na encruzilhada
Publicado: 26/06/2025 - 08:53
Última modificação: 26/06/2025 - 08:53
RESUMO
A presente dissertação tem como principal foco a obra do poeta e multiartista mineiro Ricardo Aleixo, buscando analisá-la a partir de uma lógica plural que abarque diversas experiências e referências poéticas. Desse modo, relacionamos poesia e encruzilhada, entendendo esta como um lugar de potência afro-diaspóricas no Brasil. Para tanto, escolhemos três obras do autor: Festim (1992), A roda do mundo (1996) e Diário da encruza (2022), as quais, separadas por temporalidade distinta no percurso histórico das tradições literárias, têm forte relação com as diferentes perspectivas poéticas, são obras que, ao nosso ver, exemplificam a pluralidade dentro da obra de Aleixo, possibilitando uma série de estripulias e construções muito particulares do autor. Como suporte às nossas análises, optamos por utilizar uma série de epstemologias que nascem no bojo da margem, como: Pedagogia Das Encruzilhadas de Luiz Rufino, Performances do tempo espiralar, poéticas do corpo-tela de Leda Maria Martins, Poética da Relação de Edouard Glissant e Pensar Nagô de Muniz Sodré, entre outras. Nossa escolha por um corpus teórico que emana da margem tem forte relação com a própria construção poética de Aleixo, visto que o artista parece pensar sua obra a partir de um lugar muito bem delimitado: o de homem negro nascido e criado na periferia de Belo Horizonte. Desta maneira, em vários momentos, sua poesia é perpassada por uma série de interseccionalidades que tem origem no seu lugar enquanto cidadão, não que Aleixo se coloque no lugar de porta-bandeira de questões étnicas ou sociais, contudo, para um leitor mais atento, estas questões estão diretamente associadas à sua poesia. Assim, entendemos que para analisar uma poesia que tem forte relação com a margem, epistemes que tem mesma origem são escolhas lógicas e de diálogo propicio. Acreditamos que assim foi possível demonstrar um pouco da grande diversidade de linguagens, tradições e poéticas na obra de Ricardo Aleixo, fato que abre possibilidade para pensarmos arte, literatura e sociedade de uma maneira coletiva e colaborativa, ponto fundamental em uma sociedade cada vez mais pautada pela lógica da competição e da meritocracia.
Palavras-chave: Literatura. Poesia brasileira. Ricardo Aleixo. Encruzilhada. Pluralidade.
A banca de defesa ocorrerá por videoconferência. O link será encaminhado por e-mail à Comunicada Acadêmica. Caso alguém deseje o link, poderá solicitar por atendppgelit@ileel.ufu.br